Seminários em projeto e patrimônio: Novas abordagens em patrimônio

Seminários em projeto e patrimônio: Novas abordagens em patrimônio (15h) | FAH 735
2º Trimestre: 5 aulas.
Sexta-feira | Horário: 18:00 – 21:00
18:00 – 20:00: parte 1 – síncrona / 20:00 – 21:00: parte 2 – assíncrona
Disciplina remota

Link de acesso para o Zoom: https://us02web.zoom.us/j/88571923118?pwd=V3BFVjBLT2w1VlVkdG54MHhjd2RFZz09
ID da reunião: 885 7192 3118
Senha de acesso:
334337

Link para o canal do Youtube: https://youtu.be/mMbpQ_qLaOs

Professoras responsáveis:  Profa. Vera Regina Tângari | Profa. Mônica Bahia Schlee
Colaboradores: Rubens de Andrade (PROARQ-UFRJ) | Rafael Winter Ribeiro (IGEO-UFRJ)
Convidados: Flavia Brito (USP) | Luciana Bongiovanni Martins Schenk (IAU-USP) | Lucia Veras (UFRPE) | Bruno Coutinho (Conservação Internacional Brasil)

A disciplina objetiva apresentar reflexões e diretrizes a respeito de novas abordagens em patrimônio e de questões acerca de convenções patrimoniais. Vincula-se à iniciativa global Our World Heritage – OWH, que visa reforçar o papel da Convenção do Patrimônio Mundial da UNESCO, promovendo ações de defesa da sociedade civil, avaliação de práticas de conservação e transparência nos processos de tomada de decisão pública.

Os Sítios do Patrimônio Mundial são locais de valor universal excepcional para a humanidade e necessitam de adequados dispositivos de salvaguarda e proteção de acordo com a convenção da UNESCO de 1972. São 1121 sítios ao redor do mundo (869 protegidos devido a seus valores e atributos culturais, 213 devido a valores e atributos naturais e 39 sítios mistos) que, além de oferecerem ambientes de significativo valor paisagístico e de abrigar grupos das mais diversas etnias e classes sociais que, somados à flora, fauna e às ambiências locais favorecem interpretações que lhes conferem identidade, resiliência social e ambiental, meios de subsistência e bem-estar e, ao mesmo tempo, potencializam práticas que podem contribuir para proporcionar equilíbrio socioambiental e a conservação dos ecossistemas naturais em nossas cidades.

Conforme reafirmado pela Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, práticas de salvaguarda são essenciais para a organização/construção de sociedades inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis. No entanto, os Sítios do Patrimônio Mundial estão enfrentando ameaças das mais diversas ordens, devido às crescentes pressões fomentadas pelo sistema capitalista em relação à expansão urbana, instalações industriais, aumento do consumo de bens e serviços, turismo insustentável/predatório e/ou atividades extrativistas e mineradoras, que seguem amplificando os efeitos das mudanças climáticas, conflitos socioambientais e o esgotamento das relações entre a sociedade e a natureza. A qualidade do ambiente urbano está sendo seriamente comprometida por decisões políticas equivocadas e pressões prejudiciais aos objetivos originais e protocolos da Convenção do Patrimônio Mundial.
Ao mesmo tempo, a forma como os sítios têm sido inscritos tem recebido muitas críticas, muitas vezes apontada como um procedimento elitista, voltado para interesses do turismo e do mercado, de caráter essencialmente Europeu e Ocidental, que estariam afastando a Convenção da sua proposta inicial. Daí, a necessidade e a relevância de se construir outras epistemologias para relativizar tradicionais conceitos e (re)avaliar propostas da Convenção em curso. Busca-se com isso adequar/atualizar consagrados paradigmas ao cenário contemporâneo de nossas cidades e ao modo de pensar a sociedade como um corpo coletivo, onde aspectos de gênero, etnia, raça e renda são parcelas vigorosas para se pensar o ambiente sociocultural e espacial que almejamos para nossos ambientes urbanos e rurais.

Há diferentes fatores que apontam para a necessidade de envolvimento da sociedade civil nas suas mais diferentes classes sociais, com vistas a fomentar a apropriação social dos Sítios do Patrimônio Mundial como uma forma de ajudar a conservá-los. Iniciativas que visem transformar a forma e o conteúdo da Convenção do Patrimônio Mundial e suas diretrizes orientadoras, definir ações e tornar mais concreto o exercício da escuta e o surgimento de outros marcadores, de forma a ampliar o compartilhamento de saberes, a socialização de conhecimento e com isso, de fato, a conscientização sobre as ameaças que os sítios do Patrimônio Mundial seguem enfrentando. Diante de tais premissas destaca-se a importância de se fomentar o diálogo em busca de uma convergência de ideias entre os Estados membros signatários da Convenção e a sociedade civil para que os mesmos compartilhem responsabilidades na salvaguarda e conservação do patrimônio coletivo. Nesse sentido, pretende-se o entrelaçamento de conceitos e métodos no contexto da diversidade e das múltiplas influências culturais e a busca pela conscientização, inserção e capacitação dos diversos extratos sociais na conservação do patrimônio no contexto geopolítico atual.

O evento de lançamento da Iniciativa Global para repensar o Patrimônio Coletivo está agendado para novembro de 2020, com debates temáticos mensais ao longo de 2021, acompanhados por campanhas de mídia social e recomendações para políticas públicas, culminando em um Fórum para marcar o 50º aniversário da Convenção do Patrimônio Mundial em 2022. Ao criar plataformas de diálogo, objetiva-se fomentar políticas de conservação em todas as regiões do mundo por meio de uma maior mobilização da sociedade civil e, em particular, dos jovens. Acreditamos que somente tal movimento social inclusivo pode levar verdadeiramente a “dar ao patrimônio cultural e natural uma função na vida da comunidade” (art.5.1 da Convenção do Patrimônio Mundial).

Questões de pesquisa para os temas das Novas Abordagens em Patrimônio:

– Quais novas formas de patrimônio irão representar e atender às necessidades das futuras sociedades urbanas?

– A divisão entre cultura e natureza ainda é significativa na conservação do patrimônio?

– Como unir e integrar aspectos tangíveis e intangíveis do patrimônio?

– Como as políticas e práticas de conservação do patrimônio estão evoluindo para refletir essas mudanças?

– Como superar a abordagem de cima para baixo e envolver a sociedade civil?

Sub temas para apresentações e debate:

a) Convenção do Patrimônio Mundial: dos conceitos e critérios atuais a novas possibilidades interpretativas;
b) Gestão da dinâmica e transformação da paisagem urbana: instrumentos de acompanhamento, intervenção e instrumentos de financiamento;
c) Critérios de avaliação: valor universal excepcional versus valor de identidade local à luz da inclusão de gênero, raça, etnia e renda;
d) Estratégias de articulação: entre patrimônio natural, cultural e misto e entre património material e imaterial e
e) A educação patrimonial como instrumento de acesso à cidadania e democratização do patrimônio.

Método didático: Aulas expositivas e práticas
– Seminários para discussão de conceitos básicos sobre o conteúdo proposto
– Leitura de textos e estudos de caso a serem debatidos com os pós-graduandos
– Monografia final com tema escolhido dentre o conteúdo da disciplina e apoiado na bibliografia
– Avaliação: participação nos debates (30%), resenhas de textos (20%) e monografia (50%)

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AGUILERA MONTALVO, Antonio José (2012). A imponderável fronteira: do material e o do intangível no patrimônio cultural. Tese (Doutorado em Memória Social). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: http://www.memoriasocial.pro.br/documentos/Teses/Tese14.pdf.

ALENCAR, Rívia R. B. de; Brayner, Natália E.; KROHN, Christina R. A salvaguarda do patrimônio cultural imaterial. In: Revista do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Brasil). Saberes, fazeres, gingas e celebrações: ações para a salvaguarda de bens registrados como patrimônio cultural do Brasil 2002-2018/IPHAN; coordenação Rívia Ryker Bandeira de Alencar. Brasília-DF: IPHAN,18.Acesso: http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/sfgec.pdf

BANDARIN, F. and Van Oers, R. (2012) The Historic Urban Landscape: Managing heritage in an urban century. Oxford: Wiley-Blackwell/John Wiley & Sons. 236p.

BANDARIN, F. (2011) A new international instrument: the proposed UNESCO Recommendation for the Conservation of Historic Urban Landscapes. Informationen zur Raumentwicklung Heft 3/4.2011. pp. 179-182. Available at: http://www.bbsr.bund.de/BBSR/EN/Publications/IzR/2011/Download/DL_Bandarin.pdf?__blob=publicationFile&v=2 (last access 13 February 2017).

BARRETO JR., Ivo Matos. Entre a matéria e as imatérias: Plano de Conservação Integrada da Casa da Flor, em São Pedro da Aldeia/RJ. Dissertação de Mestrado em Projeto e Patrimônio. Rio de Janeiro: MPPP-FAU/UFRJ, 2017. Acessível em: https://www.academia.edu/35705155/ENTRE_A_MAT%C3%89RIA_E_AS_IMAT%C3%89RIAS_PLANO_DE_CONSERVA%C3%87%C3%83O_INTEGRADA_DA_CASA_DA_FLOR_EM_S%C3%83O_PEDRO_DA_ALDEIA_RJ.

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MACEDO, Silvio S. Quadro do Paisagismo no Brasil. Coleção QUAPA V.1. São Paulo, FAUUSP, 1999.

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VÍDEOS

Circuito – Entrevista | Berna Reale. Montagem: Felipe Negidio e Rennan Rosa Edição de texto: Felipe Cortez Câmera: Hélio Furtado. Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=6UL6fKoQ-bk

Lançamento da Pré-candidatura Bancada Delas à Câmara de Vereadoras/es de Belém. Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=NI-sZg0SGkI&t=4s

LEITURAS PROGRAMADAS

Instruções para realização das leituras programadas (1)
Tendo como foco o trabalho final da disciplina – construir uma monografia como artigo acadêmico/ científico ou um capítulo/seção de dissertação –cada aluno, a partir de cada leitura programada selecionada, deverá preparar e entregar ficha de leitura crítica, explicitando com clareza as seguintes intenções:
a) Delimitar os núcleos centrais do texto, ou reconhecer sua intenção fundamental.
b) Delimitar as dimensões parciais do texto.
c) Relacionar a idéia central e as dimensões parciais do texto com seu trabalho final da disciplina e .
d) Argumentar sobre sua utilidade e aplicabilidade na construção do trabalho e plano de ensino. O argumento deve ser trabalhado com dois propósitos: (a) mudar opiniões (2), ou (b) reforçar crenças (3).

Objetivo:
• Analisar a coerência interna do texto.
• Analisar a originalidade, o alcance, a validade, a contribuição e a aplicabilidade das idéias do autor.
• Orientar a construção do trabalho final da disciplina
• Apresentar, sob a forma de transparência, a ficha de análise interpretativa de cada texto.
• Comparar suas descobertas e análises com as realizadas pelos demais colegas.
• Preparar relatório-síntese contendo a ficha de análise interpretativa e as principais conclusões extraídas a partir dos debates realizados em aula.

(1) RHEINGANTZ, Paulo. Programa da Disciplina: TEORIA E PRÁTICA DO ENSINO DE PROJETO DE ARQUITETURA,
Rio de Janeiro, ProArq, 2002.
(2) Argumento elaborado com o propósito de convidar e/ou convencer os leitores/colegas da necessidade de mudar sua(s) opinião(ões) sobre o tema/questão tratado.
(3) Argumento elaborado com o propósito de reafirmar a(s) opinião(ões) sobre o tema/questão tratado.

Estrutura do Trabalho:

Para o seminário, deverão ser preparadas em até duas folhas em formato A4, seguindo as características e o formato de uma ficha de análise interpretativa abaixo discriminados:

Características de uma ficha de análise interpretativa:

◦ Compreensão interpretativa do pensamento exposto e explicitação dos pressupostos que os textos implicam idéias nem sempre explícitas com clareza no texto que justificam a posição do(s) autor(es).
◦ Aproximação das idéias expostas no texto com os objetivos do trabalho proposto na disciplina comparação das idéias e motivações dos alunos, desenvolvidas a partir da leitura dos textos, com as colocações do(s) autor(es).

Crítica: formulação de juízo crítico  tomada de posição  segundo critérios estabelecidos a partir da própria natureza dos textos lidos, segundo duas perspectivas: a) julgamento da coerência interna do texto; b) originalidade, alcance, validade e contribuição dos textos à discussão do problema  projeto a ser desenvolvido na disciplina; c) crítica pessoal dos alunos às posições defendidas nos textos.

Formato de uma ficha de leitura (ver modelo em anexo):

◦ Papel sulfite/transparência formato A4, sem pauta.
◦ Fonte: TIMES NEW ROMAN 12 ou ARIAL 11
◦ Canto superior direito  indicação do assunto, segundo classificação do leitor, que favoreça futura organização de arquivo de fichas.
◦ Canto superior esquerdo  nome do autor do texto: último sobrenome em caixa alta seguido de vírgula e nome + sobrenomes complementares (abreviados).
◦ Logo abaixo, centralizado na folha, em itálico, uma linha com o nome do texto e, logo a seguir, indicação bibliográfica: título do livro seguido do local da edição, editora, data e número de páginas.
◦ Quando for pesquisa em biblioteca pública ou particular, a seguir, indicação do local onde o documento encontra-se disponível para consulta.
◦ A seguir, espaço duplo e o texto elaborado pelo leitor.
◦ No canto inferior direito, nome do leitor/aluno.

Método de leitura crítica (sugestão):

• Primeiramente, proceder a uma leitura (visão) global do texto.
• Retornar ao texto, para delimitar as suas dimensões parciais, proporcionando um melhor entendimento da globalidade. Ao delimitar os núcleos centrais do texto, o leitor compreenderá um índice temático, nem sempre explicitado no índice do livro (demarcação segundo os interesse do leitor). Trechos do texto podem despertar no leitor reflexões em torno da temática que o preocupa, nem sempre a mesma do texto estudado.
• Analisar o conteúdo do texto, relacionando-o com os precedentes e seguintes, evitando a fuga do pensamento do autor.
• Transcrever o(s) trecho(s) de interesse do leitor, ou que possam apontar novas meditações, seguido de reflexões a respeito do trecho escolhido.
• Criticar o conteúdo básico do texto e demonstrar predisposição à busca de informações.

Critérios de Avaliação:

-Qualidade e coerência do argumento.
-Objetividade e clareza na comunicação das idéias.
-Adequação ao formato proposto.

Exemplo de ficha de leitura